Poison

corre por entre as veias como se soubesse
o caminho do coração doído.
Perfura-me com adaga fina de tuas palavras
que por esse sangue que jorra
vai embora todo veneno que não me pertence.
Dilacera minha pobre alma que hoje está cinza
esqueci que não posso nublar
esqueci que não é meu esse direito
esqueci que meu dever é calar
esqueci que TENHO que ser água
insípida
incolor
invisível
indolor.
Pobre iludida que sou,
penso que posso ser-me
penso que posso ter-me.
Tua ira, a ti envenena
a mim, apenas magoa
teu rancor, a ti destrói
em mim, apenas dói
teu ódio, a ti crucifica
a mim apenas
arranca algumas penas
mas fênix que sou
de minhas cinzas
construo outras asas
sobrevôo a tempestade.
Teu ódio não é meu
não é pra mim
é da vida
é pra vida.
Tua dor é maior que a minha
tua dor é maior que você
tento entender
tento compreender.
Tua fúria cai sobre mim
mas corre montanha abaixo
então...
só me resta perdoar
espero que um dia também tu possas a ti perdoar...
8 Comments:
ariane ... aqui encontrei também a questão do 2 ... 2 em 1, mas sabendo que cada qual tem seu espaço e sua forma de sentir, reagir, falar ou simplesmente calar ...
;-)
bjs!
Veneno puro.
Poesia completa.
Beijão!
Oi Ariane,
Me fez pensar (não sem pesar) que um dos fardos mais pesados é falta de auto-perdão. Quem puder, mude antes da hora 'h'. Tomara que eu.
Gostei.
Beijos.
medo. perdão. medo. perdão. eis a nossa humana condição... escrevi isto um dia. teu poema me fez recordar.
1 beijo
Deve ser por isso que você tem um par de asas! Sabe perdoar.
MontanhosoAbraço
Perdoar é o maior bem que podemos fazer aos outros e a nós mesmos. Lindo texto. Um beijo.
Poesia intensa como seus vôos...
Bela.
;**
, poema forte de uma temática forte e você mais sábia do que nunca, mais plena e leve...
|beijos meus|
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