Terra Vermelha

Nas mãos do tempo
sou argila molhada
moldando-me em seus dedos
ora sou arte abstrata
ora estátua delgada
ora sou pote vazio
ora panela cheia
Na fornalha do dia-a-dia
endureço
fortaleço
enlouqueço
engrandeço
viro cerâmica cozida
na minha doce ilusão
sou pedra que não quebra
Amores me decoram
me colorem vermelho- urucum
cerâmica pintada
para sempre minh'alma marcada
Um dia
quando pedra que não quebra quebrar
e aos pedaços
para a terra voltar
levo comigo
em meu colorido
as marcas que em mim fizeram sentido
Noutro dia
volto a ser barro
e minha terra vermelha
outras construções
quem sabe
outros jarros...
*inspirado na bela cerâmica indígena que ganhei...
te amo minha irmã...
10 Comments:
Bonito de arrepiar.
Quero ser pó, poeira no vento...
valeu, ariane, ter sido levada pelas asas até o meu despretencioso caraminholas. e este teu poema é mesmo belo, menina. terra vermelha em muito me identifica. tenho-a gravada na memória da pele. gostei, porisso voltarei.
que lindo ariane. Bonita inspiração.
Ficou belíssimo esse texto.
amei.
de coração
;)
admiro esta qualidade: adaptabilidade.
a ceramica sendo moldada remete a ela
esta aberta a mudar, a adaptar-se é algo muito saudável e propicia crescimento interior
bjs!
;-)
, o barro, a terra, indios, alma marcada. raízes, raízes...
|beijos meus|
lindo poema.
beijos
Que sejas assim... Intensa!
Bjus!
oi ari! qto tempo nao..estava viajando e vou voltar a viajar...
por isso eu sumi.
mas entao..qr saber o q eu descobri sobre vc??
eu tmbm noa lembro..
talvez se eu ler o post q me fez descobrir esse segredo d novo eu lembre..acabei viajando e esqueci.
mas entao ari..
o seu poema é extremamente..
maduro. maturo...n sei...ele podia ser publicado no jornal ate mesmo, porque eles adoram esse tipo d poema.
ele foi mto bem escrito.
ele tem um ritmo d experiencia sabe...
parabens..
bjooo
beijaflorblog.zip.net
O barro de que és feita
foi-se colando à minha pele
e, galgados os poros,
afagou-me desperto
as quinas dormentes dos sentidos.
Voltei...
O teu poema é muito bom, gostei de o ler.
Beijos.
Belezura de poema Ariane! Sabe, fiquei lembrando lá de casa que tem urucum, muita pedra, barro, terra vermelha. MontanhosoAbraçoDasMinasGerais.
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