terça-feira, setembro 05, 2006

Terra Vermelha


Nas mãos do tempo
sou argila molhada
moldando-me em seus dedos
ora sou arte abstrata
ora estátua delgada
ora sou pote vazio
ora panela cheia

Na fornalha do dia-a-dia
endureço
fortaleço
enlouqueço
engrandeço
viro cerâmica cozida
na minha doce ilusão
sou pedra que não quebra

Amores me decoram
me colorem vermelho- urucum
cerâmica pintada
para sempre minh'alma marcada
Um dia
quando pedra que não quebra quebrar
e aos pedaços
para a terra voltar
levo comigo
em meu colorido
as marcas que em mim fizeram sentido

Noutro dia
volto a ser barro
e minha terra vermelha
outras construções
quem sabe
outros jarros...
*inspirado na bela cerâmica indígena que ganhei...
te amo minha irmã...

10 Comments:

Blogger Barbara said...

Bonito de arrepiar.

Quero ser pó, poeira no vento...

11:57 AM  
Anonymous Anônimo said...

valeu, ariane, ter sido levada pelas asas até o meu despretencioso caraminholas. e este teu poema é mesmo belo, menina. terra vermelha em muito me identifica. tenho-a gravada na memória da pele. gostei, porisso voltarei.

4:26 PM  
Blogger Alexandre Lucio Fernandes said...

que lindo ariane. Bonita inspiração.
Ficou belíssimo esse texto.

amei.
de coração
;)

12:57 PM  
Blogger Tudo said...

admiro esta qualidade: adaptabilidade.
a ceramica sendo moldada remete a ela

esta aberta a mudar, a adaptar-se é algo muito saudável e propicia crescimento interior

bjs!
;-)

1:02 PM  
Anonymous Anônimo said...

, o barro, a terra, indios, alma marcada. raízes, raízes...
|beijos meus|

1:59 PM  
Anonymous Anônimo said...

lindo poema.
beijos

11:42 AM  
Blogger Marina said...

Que sejas assim... Intensa!

Bjus!

10:18 PM  
Anonymous Anônimo said...

oi ari! qto tempo nao..estava viajando e vou voltar a viajar...
por isso eu sumi.

mas entao..qr saber o q eu descobri sobre vc??
eu tmbm noa lembro..
talvez se eu ler o post q me fez descobrir esse segredo d novo eu lembre..acabei viajando e esqueci.

mas entao ari..
o seu poema é extremamente..

maduro. maturo...n sei...ele podia ser publicado no jornal ate mesmo, porque eles adoram esse tipo d poema.
ele foi mto bem escrito.
ele tem um ritmo d experiencia sabe...


parabens..

bjooo

beijaflorblog.zip.net

9:14 AM  
Blogger Nilson Barcelli said...

O barro de que és feita
foi-se colando à minha pele
e, galgados os poros,
afagou-me desperto
as quinas dormentes dos sentidos.

Voltei...

O teu poema é muito bom, gostei de o ler.
Beijos.

2:15 PM  
Anonymous Anônimo said...

Belezura de poema Ariane! Sabe, fiquei lembrando lá de casa que tem urucum, muita pedra, barro, terra vermelha. MontanhosoAbraçoDasMinasGerais.

3:52 AM  

Postar um comentário

<< Home