Samsara

O mundo girando
e eu
levada na roda
rodada no vento
movida no tempo
Meus pés pisavam a maciez do vazio
eu nada via
nada movia
nada surgia
Imersa na imensidão de tanto nada
em tudo transparecia
Na paz dos mundos inexplicavelmente mudos
silêncio dourado
apenas o pulsar
quase findado do principar
Novamente
roda me leva
me lava nas águas cristalinas do acaso
em recomeço não há tempo para cansaço
Mais uma vez
roda me leva
pronta pra mais um giro
eu sendo o giro
a manivela
o rodar
e também a roda
me faço
me levo
me giro
leve em mim
me levo enfim
2 Comments:
A roda de samsara, é do hinduísmo, não? A roda da vida! Para sairmos dela, são 144 encarnações - 12x12? É acho que sim, pelo que me lembro. Musiquei, do Poeta Paulo Urban, o soneto que deixo abaixo:
OROBORO
por Paulo Urban
Descalço piso em mármore carrara,
despido bato à porta em teu umbral;
no alforje trago o azoto, trago o sal,
também o pergaminho que separa
o quadrado do círculo do Graal.
Dou-te a senha; penetro em tua clara
Catedral. Tomo a espada, empunho a vara,
exponho-te o mercúrio selenal.
Lágrima-orvalho é prisma desta aurora,
acende em nossas almas luz que chora;
deitemo-nos no altar do sacro ofício,
Desçamos ao mais fundo precipício,
Subamos juntos presos desde o início:
a Roda de Samsara nos namora!
AbraçoDasGerais.
E.T.: bom retiro espiritual para você.
Apaixonei-me por este poema.
Lindo!
:*
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