sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Samsara


O mundo girando

e eu

levada na roda

rodada no vento

movida no tempo


Meus pés pisavam a maciez do vazio

eu nada via

nada movia

nada surgia

Imersa na imensidão de tanto nada

em tudo transparecia



Na paz dos mundos inexplicavelmente mudos

silêncio dourado

apenas o pulsar

quase findado do principar


Novamente

roda me leva

me lava nas águas cristalinas do acaso

em recomeço não há tempo para cansaço


Mais uma vez

roda me leva

pronta pra mais um giro

eu sendo o giro

a manivela

o rodar

e também a roda

me faço

me levo

me giro

leve em mim

me levo enfim

2 Comments:

Blogger diovvani mendonça said...

A roda de samsara, é do hinduísmo, não? A roda da vida! Para sairmos dela, são 144 encarnações - 12x12? É acho que sim, pelo que me lembro. Musiquei, do Poeta Paulo Urban, o soneto que deixo abaixo:

OROBORO
por Paulo Urban

Descalço piso em mármore carrara,
despido bato à porta em teu umbral;
no alforje trago o azoto, trago o sal,
também o pergaminho que separa

o quadrado do círculo do Graal.
Dou-te a senha; penetro em tua clara
Catedral. Tomo a espada, empunho a vara,
exponho-te o mercúrio selenal.

Lágrima-orvalho é prisma desta aurora,
acende em nossas almas luz que chora;
deitemo-nos no altar do sacro ofício,

Desçamos ao mais fundo precipício,
Subamos juntos presos desde o início:
a Roda de Samsara nos namora!

AbraçoDasGerais.

E.T.: bom retiro espiritual para você.

10:10 AM  
Anonymous Anônimo said...

Apaixonei-me por este poema.

Lindo!

:*

2:59 PM  

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