terça-feira, agosto 01, 2006

fratura exposta de alma


sem pedir licença
rasgou minha carne
penetrou minha alma
densificou meu ar
saciou minha sede
sequestrou meu olhar

me empurrou no abismo
segurou minha mão
balencei-me ao vento
confiei no aperto

me puxando os pés a gravidade
me levando ao chão todo meu peso
me trazendo à tona o sofrimento

canso de resistir
abro mão
lanço-me ao infinito
jogo-me no desconhecido

o chão a se aproximar
o céu a distanciar
o vento arranca a pele
a alma fica exposta
não mais corpo
não mais sofro
não mais caio
sobrevôo

3 Comments:

Blogger Alexandre Lucio Fernandes said...

que profundo amiga. gostei do texto.

E gostei de ver, nunca desita, sempre sobhrevoe, nunc apare, nunca hesite, sempre voe feliz.

Lindo

:)

11:27 AM  
Blogger Marina said...

Belo poema! :)

1:17 AM  
Anonymous Anônimo said...

, "sequestrou o olhar"... oh vida cheia de isso...

|beijos meus|

5:16 AM  

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